Tudo começa no CORPO



Tudo começa no corpo, Grande Razão, e a ele tem de voltar, se quisermos reverter essa situação de crise em que nos metemos em nome de uma modernidade já exaurida. É preciso construir-se algo novo e diverso, e, para tanto, como já afirmou o poeta (Carlos Drummond de Andrade) o que temos, primordialmente, são “... duas mãos e o sentimento do mundo.” 

(João Francisco Duarte Júnior em O SENTIDO DOS SENTIDOS: A EDUCAÇÃO (DO) SENSÍVEL)

Vivemos em um tempo de urgência das sensibilidades que moram no corpo. Estas sensibilidades são nossas visões, nossas escutas, nosso tatear, a maneira com que degustamos e farejamos o mundo. 
Temos perdido oportunidades preciosas de vivenciar (auto)transformações por termos sido miseravelmente educados para ver o óbvio, para ouvir sem perceber as frestas na comunicação entre os seres e para termos um pudor castrador quando tocamos o outro.

Assim, nossos corpos se enchem de névoas e nossas relações também.

Proponho aqui que a gente coloque atenção nas ações banais do nosso cotidiano, como escovar os dentes, tomar banho, cozinhar, dirigir. Se conseguirmos ir naturalizando o "estar junto com o corpo" nestas ações, certamente conquistaremos mais tempo e espaços de prazer e lucidez, sentindo cheiros que nos passam despercebidos, ativando memórias, construindo pensamentos em estado de presença e conexão com o viver. É fácil demais nos desconectarmos e deixarmos nossos pensamentos no futuro ou em qualquer lugar onde nosso corpo não esteja. E onde nosso corpo não está, nossa consciência e nossa inteligência sensitiva não estará, abrindo espaços perigosos para que outros decidam como criar a vida e o mundo por nós.
É um exercício que só precisamos começar.

Bóra??? 


"ONDE ESTÁ MEU CORPO EM TUDO QUE EU FAÇO?" ( Ana Thomaz- uma maga contemporânea que você precisa conhecer: www.muda.art.br)


Dani Calicchio 🅓🅒

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